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sábado, 5 de abril de 2014

Acordo Ortográfico: o que não muda

Apresentadas as principais mudanças, importa lembrar algumas referências presentes no texto do Acordo Ortográfico que não implicam alterações a escrita, que consistem em mudanças meramente formais, sem impacto no uso, ou que tendem a causar dúvidas.

k, w,y

As letras <k>, <w> e <y> passam a integrar oficialmente o alfabeto do português.
Na prática, estas letras já eram utilizadas em alguns casos, mantendo-se o âmbito do seu uso inalterado:

nomes de pessoas e seus derivados (Darwin, darwinismo),
nomes de lugares e seus derivados (Kosovo, kosovar);
siglas, abreviaturas e símbolos de convenção internacional (SW - por sudoeste -, kg - por quilograma -, ou K - por potássio) e
palavras oriundas de línguas que não o português (baby-sitter, bowling ou karaoke).

ü

O trema continua a ser apenas usado em nomes próprios e nos seus derivados, como é o caso de

Hübner e
hübneriano ou
Müller e
mülleriano.

Até esta reforma, este sinal tinha um uso mais alargado na norma ortográfica seguida no Brasil.

Victor, Baptista, Mello, Tintas Activa, Seguradora Óptima

Como aconteceu em anteriores reformas, as formas ortográficas que são alvo de registo ou proteção legal não têm que ser alteradas.
É o caso dos

nomes de pessoas e de marcas,
firmas,
sociedades e títulos que estejam inscritos em registo público.

pode, pôde, por, pôr, amamos ou amámos

Apesar de terem sido eliminados alguns acentos que serviam para distinguir palavras que pela aplicação normal das regras gerais se escreveriam do mesmo modo, mantém-se o acento em algumas palavras com essas caraterísticas.
Continuam, deste modo, a distinguir-se graficamente através de acento gráfico as formas pode (presente do indicativo) e pôde (pretérito perfeito) do verbo poder, as formas demos e dêmos, do verbo dar, e as formas por, preposição, e pôr, verbo.

Da mesma forma, continuam a poder distinguir-se por meio de acento as formas da primeira pessoa do plural do presente do indicativo e do pretérito perfeito dos verbos da primeira conjugação (terminados em -ar), como nos casos de amamos ou amámos, do verbo amar, e falamos ou falámos, do verbo falar.

andar-modelo, saca-rolhas, Trás-os-Montes, cabo-verdiano

O uso do hífen nas palavras compostas mantém-se inalterado.
É o caso dos compostos que internamente são formados por dois nomes

andar-modelo ou
operação-relâmpago,

por um verbo e um nome

conta-gotas ou
guarda-fatos

ou com os advérbios bem e mal

bem--aventurado,
mal-estar.

Em muitos casos, nomeadamente aqueles em que uma palavra composta envolve um adjetivo, a utilização de hífen não é descrita sistematicamente, razão pela qual se aconselha a consulta do Vocabulário Ortográfico do Português.

Mantém-se também o uso do hífen em unidades discursivas lexicalizadas

ai-jesus,
maria--vai-com-as-outras

e em encadeamentos vocabulares ocasionais

aquilo-aue-eu-sei-gue-tu--sabes,
o percurso Lisboa-Coimbra-Porto ou
o jogo Sporting-Benfica.

As palavras que derivam de nomes de lugares com mais que uma palavra também continuam a escrever-se com hífen.
É o caso de

Mato Grosso > mato-grossense,
Nova Iorque > nova-iorquino,
Porto Alegre > porto-alegrense.

No caso dos nomes de lugares compostos, continuam a ser hifenizados os iniciados pelos adjetivos grão e grã

Grã-Bretanha,
Grão-Pará,

por forma verbal

Abre-Campo,
Passa-Quatro

ou cujos elementos estejam ligados por um artigo

Albergaria-a-Velha,
Trás-os-Montes.

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